ANTONIO MORAES, ex-presidente do SINPOL Sergipe.
Vamos falar sobre a PARALISAÇÃO GERAL das polícias de Sergipe.
No dia de ontem, 11/1, em assembleias simultâneas, todas as categorias da Segurança Pública aprovaram o estado permanente de mobilização.
Com isso, a partir de hoje, 12/1, será iniciada a operação padrão. Cartilha sobre os procedimentos básicos foram distribuídas via whatsapp.
Amanhã, 13/1, haverá uma caminhada, do viaduto do DIA até o palácio dos despachos, onde poderá haver uma assembleia unificada em que se declare a PARALISAÇÃO TOTAL das atividades de polícia civil e de polícia e bombeiro militar.
A paralisação durará o tempo que o governador quiser. Ou seja, somente suspenderemos a paralisação quando o governo apresentar CONCRETAMENTE uma CONTRAPOSTA. Sem isso, a paralisação vai continuar.
Cada contraproposta do governo será analisada pelas categorias, em assembleias unificadas.
E qual a razão disso tudo?
As categorias, através das entidades unidas, estão há mais de ano e meio, tentando estabelecer com o governo um canal de negociação. Nesse período, o governo somente nos enrolou.
Foram apresentadas proposta de criação de adicional de periculosidade e, posteriormente, proposta de compensação das reposições inflacionárias não pagas nos últimos anos. Esta, a preferência da quase totalidade dos policiais.
Infelizmente, o governador do Estado zombou dos policiais sergipanos. Fez pilhéria mesmo. Piadinhas e jocosidades impróprias de um chefe de poder executivo.
Recentemente, o governo deixou de pagar, em dezembro, 50% de horas extras TRABALHADAS em novembro. Ao mesmo tempo, anunciou o corte de futuras horas extras em mesmo percentual de 50%. Tudo isso, por pura pirraça, sem ter a decência sequer de nos avisar. Até a cúpula da SSP e da PC foram pegas de surpresa. Desrespeito e desdém é que fala, não é?
A paralisação geral é um desejo de todos os policiais sergipanos em resposta à falta de respeito do governador do Estado.
E a sociedade, como fica?
As urgências, e somente as urgências, serão atendidas, em regime de operação padrão. As situações de urgência serão definidas pela coordenação do movimento polícia unida.
A sociedade é testemunha do quanto se tentou negociar com o governo do Estado. Foram, como dito acima, quase ano e meio de tentativas. Testemunhou também o descaso e a pilhéria feitas pelo governador, de quem se esperava o mínimo de decoro, em respeito ao cargo que ocupa.
A sociedade destinatária direta do serviço público policial está sim ao lado dos policiais sergipanos. É por ela e por nossa família, que faz parte dela, que lutamos.
A sociedade precisa se engajar em nosso movimento cobrando do governador o atendimento aos justos pleitos dos policiais sergipanos, compensando regiamente as reposições inflacionárias não pagas nos últimos anos.
A luta dos policiais sergipanos é a luta de toda a sociedade.
A sociedade deve se orgulhar de seus policiais, pois eles lutam por salários. Sinal claro que vivem e sustentam suas famílias com seus salários.
Aracaju, 12 de janeiro de 2022.