Um novo capítulo da investigação sobre a morte de uma jovem de 27 anos, em Umbaúba, levou à necessidade da exumação do corpo e da realização de exames periciais que atestaram a presença de medicamento antidepressivo ingerido em dose acima da utilizada para tratamento terapêutico. O laudo pericial, emitido pelo Laboratório de Toxicologia Forense (IAPF), verificou que a causa da morte foi a ingestão da medicação em dose letal. Esse foi um dos casos em que o IAPF atuou na realização de exames e emissão de laudo pericial durante o ano de 2021 em Sergipe.
“Foi o caso de uma pessoa que estava enterrada, inclusive o corpo estava embalsamado, que utiliza formol, sugerimos que o IML fizesse a coleta de uma amostra de humor vítreo, fluido biológico que está presente no globo ocular e que está relativamente preservado. Tivemos sucesso, pois esse corpo estava preservado e conseguimos encontrar o antidepressivo que a vítima utilizou em grande quantidade e que provocou a morte”, detalhou o perito Ricardo Leal, do IAPF.
De acordo com o levantamento feito pelo IAPF, o Laboratório de Toxicologia Forense realizou 1.014 exames periciais durante o ano passado. Os exames possibilitaram a emissão de 409 laudos, número que se manteve estável em relação ao ano anterior, no qual foram contabilizados 403 laudos periciais decorrentes de exames periciais para a identificação de causas de morte em Sergipe. Desses laudos, a maior parte é referente às mortes no trânsito.
Intoxicação por substâncias
O Laboratório de Toxicologia Forense também emitiu 41 laudos periciais que atestaram como causa da morte a ingestão de substâncias como drogas, medicamentos e venenos. Segundo o IAPF, foram 34 mortes pelo consumo dessas substâncias durante o ano de 2021, das quais 23 foram de pessoas do sexo masculino e 11 do sexo feminino. O maior número de casos ocorreu no interior sergipano, com 18 mortes. Já na capital, foram 16 casos.
Conforme os dados da unidade, as substâncias mais presentes foram álcool (11 laudos emitidos), antidepressivos (10 laudos), cocaína (nove laudos), praguicidas - ou venenos - (oito laudos) e tadalafil - estimulante sexual - (três laudos).
O perito Ricardo Leal alertou que a ingestão dessas substâncias também podem interferir na condução de veículos, o que impacta na ocorrência de acidentes de trânsito. "Fizemos uma investigação sobre o uso de medicamentos e drogas das vítimas fatais de acidentes de trânsito e encontramos muitos casos com uso de cocaína e de ansiolíticos - que são medicamentos que são utilizados no combate à ansiedade e para auxiliar no sono", pontuou.
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Fonte: SSP/SE