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Sergipe: em evento da Fames, três pré-candidatos foram focados em propostas e dois como ‘metralhadoras giratórias’
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Publicado em 13/06/2022

Com intenção de ouvir os pré-candidatos e possibilitar a cada um deles uma interação com os gestores municipais, a Federação dos Municípios do Estado de Sergipe (FAMES) registrou marco histórico com a realização de um encontro que teve foco no municipalismo. Cerca de 40 prefeitas e prefeitos estiveram no evento.

Após assistir diversas vezes as apresentações dos cinco pré-candidatos, os cito pela ordem de apresentação: João Fontes (PTB), Rogério Carvalho (PT), Alessandro Vieira (PSDB), Fábio Mitidieri (PSD) e Valmir de Francisquinho (PL), e pude chegar a constatação de que três deles estão focados em propostas e dois são ‘metralhadoras giratórias’.

Quem é quem nessa minha análise? Não revelo de forma direta, leia atentamente os resumos e chegue a sua conclusão. Amanhã, no Jornal da Fan, direi sem pestanejar o que aprendi dos discursos abaixo. Fiz resumos com trechos que qualifiquei importantes e os vídeos que reproduzem as falas dos pré-candidatos nos dez minutos que tiveram de tempo livre, estão na sequência. Escolhi as falas em ‘tempo livre’, porque são elas que, na minha percepção, relevam o foco de cada um.

Vale muito dedicar um pouco do seu tempo e analisar. Divirta-se e aprofunde o debate sobre o futuro de Sergipe.

João Fontes (PTB)
Já tendo sido entrevistado por todos os meios de comunicação, João Fontes afirmou não ter espaço na imprensa. É uma afirmação que não se confirma na prática, pura estratégia para alinhar o discurso ao presidente Bolsonaro. “Não tenho dúvidas que serei o próximo governador de Sergipe”, disse o ex-deputado federal. Fala prolixa, sem propostas concretas e foco na crítica ao atual grupo que comanda Sergipe desde 2006, mas,  que segundo João, estão juntos desde 1994. Fontes demonstra sempre um ego engrandecido, pelo que atesta ser: “a coragem de enfrentar os grandes grupos”. O candidato parece ainda não ter fechado seu plano de governo. 

Rogério Carvalho (PT)
“A gente precisa ter um alinhamento do governo estadual com o governo federal”, pregou Rogério Carvalho, de forma a tentar convencer os gestores municipais da possibilidade de vitória de Lula e, assim, casar sua pré-candidatura com a tendência nacional. Essa afirmação foi feita por várias vezes, deixando claro que é estratégia. Carvalho alertou para a “estagnação econômica” e focou na apresentação de propostas para o desenvolvimento econômico, afirmando que, atualmente, “as políticas públicas estão sendo incapazes”, referindo-se a possível saída de Sergipe da crise, que para ele precisará de R$ 10 bilhões em investimentos para se modernizar. Para Rogério, a saída é o desenvolvimento focado nas potencialidades das regiões e nas potencialidades de geração de energia. Afirmou que foi a Houston (USA) para entender a cadeia do gás e trazer inovações para Sergipe.



Alessandro Vieira (PSDB)
Para valorizar os gestores municipais, Alessandro iniciou afirmando estar conversando “com quem tem que tocar os problemas de Sergipe na ponta, para atender os sergipanos”. Referendou iniciativa que contraria os acordos políticos para destinação de emendas do seu mandato. Focado no público que o ouvia, prometeu recriar a secretaria de Articulação com os Municípios, para assegurar  “diálogo” em busca de soluções. Falou da dificuldade dos municípios em atrair investimentos e propôs a criação de uma Agência de Projetos. Criticou a dificuldade que gestores municipais têm de serem recebidos pelo atual governador. Alertou para a possível crise com a queda de repasses para os municípios, através do projeto que mira a mudança de impostos nos combustíveis. Pregou mudança para sair de uma forma de gestão “autoritária, arrogante, impositiva”.  

Fábio Mitidieri (PSD)
Fábio Mitidieri foi o que menos tempo usou para suas falas livres. Começou falando de sua relação próxima com os gestores municipais, enaltecendo que, por ela, é que hoje é pré-candidato. Justificou o não uso do tempo inicial, “todos aqui já me conhecem”. Enalteceu os resultados da gestão de Belivaldo, detalhando as iniciativas que mostram reequilíbrio das contas públicas. Assegurou uma relação de “agenda aberta” para os municípios. “Quero fazer política de um jeito novo, de um jeito moderno, jovem, parceiro cada vez mais das lideranças municipais”. Afirmou visitar todos os municípios e dialogar com “quem toca a economia”, para encontrar as saídas para a fome, “que voltou a ser uma realidade”. Prometeu foco no Baixo São Francisco, região de menor IDH e fomentar a economia através do Banese.

Valmir de Francisquinho (PL)
O resumo mais difícil foi esse de Valmir. Por um simples motivo, ele se desfocou de propostas e estrategicamente falou de perseguição política. “Aqui mesmo estou vendo uns três prefeitos que foram ameaçados”. Como ex-prefeito, Francisquinho apelou para “as dores” dos gestores municipais que, para ele, “são humilhados”. “Na verdade todos aqui já devam estar com sua, mesmo por livre e espontânea pressão, mas está com sua opinião definida, se não for, prepara a Deotap”, afirmou relembrando o caso de sua prisão, que teria sido anunciada antecipadamente. Alfinetou os outros pré-candidatos, “o povo não quer saber de discurso bonito”. Disse que guiará sua campanha, de acordo com o nível dos adversários, só esqueceu que não é Itabaiana que ele disputa. “Se a campanha tomar o nível de discussão para atender os interesses da população de Itabaiana eu vou, se for para outro nível eu vou também. Não já me prenderam uma vez, vão prender dez”, provocou.

Fonte: F1

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