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Coronel da PM vê como perigosa convocação de CAC’s para o 7 de setembro
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Publicado em 07/09/2022

Existe hoje, no país, mais colecionadores, atiradores desportivos e caçadores legalmente armados do que homens e mulheres nas forças armadas e de segurança juntos

 
Coronel da PM vê como perigosa convocação de CAC’s para o 7 de setembroDivulgação

O Jornal da Fan, da Rádio Fan FM, contou com a participação do candidato a deputado federal, o Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe, Luis Fernando (PCdoB), que além das bandeiras gerais de vampanha da coligação partidária à qual pertence, comentou a respeito do clima de tensão que se instalou nos bastidores da política nacional em função das recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro, que, na convecção partidária que sacramentou sua candidatura à reeleição, convocou apoiadores e correligionários para, segundo suas próprias palavras, “irem às ruas pela última vez” no feriado de 7 de setembro.

A declaração, juntamente com as constantes alfinetadas à transparência do processo eleitoral, às urnas eletrônicas e intermináveis críticas ao STF e outras instituições democráticas, têm causado bastante preocupação e especulações no meio político.

E o mote particular da campanha do Coronel Luis Fernando é justamente a flexibilização do acesso ao porte e a facilitação da aquisição de armas de fogo.

“Para se ter uma ideia, as Forças Armadas contam hoje com 305 mil homens ativos. As polícias militares de todo o país contam com 406 mil homens policiais em seus quadros. Já sobre os CAC’s, que são os colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, caçadores não dei de quê, constituem o módico número de 788 mil pessoas, que hoje estão legalmente armadas”

E o candidato ainda vai mais fundo nas críticas. “Não bastasse isso, esse grupo pretende, num futuro, constituir um partido. Qual o intuito de se constituir um partido armado no País? Ontem mesmo eu soube, ouvindo a Fan FM, que uma pessoa está convocando pessoas para um ato que será realizada amanhã, na Praia Formosa, que é a favor disso aí. Tudo isso é muito preocupante, muito preocupante mesmo”, pondera o coronel.

Luís Fernando aproveitou para comentar a respeito da recente decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que suspendeu uma série de decretos presidenciais que flexibilizavam e facilitavam a compra e importação de armas de fogo por parte de civis.

“Fui instrutor nível 1 de tiro no Comando Militar do Leste e também fui primeiro colocado na escola de material bélico do Rio de Janeiro, quando ingressei na Polícia Militar de Sergipe. Sou um profundo conhecedor de armas de fogo e digo para você, sem sombra de dúvida, que arma é algo que deve ser de uso exclusivo das forças de segurança. Tome como exemplo o caso de ontem noticiado aqui na própria FAn FM, onde a polícia enfrentou quatro elementos perigosos e armados, até mesmo com bananas de dinamite dentro do veículo. Olha a facilidade de se conseguir uma arma de fogo nesse país. Só para se ter uma ideia, tivemos aqui no Brasil, apenas no primeiro semestre, cerca de 18 mil armas de fogo roubadas ou perdidas. Só esse dado já demonstra que tem muita gente despreparada tendo acesso a armas de fogo. Não é prudente facilitar esse acesso ainda mais” ressalta o candidato.

E ele finaliza a participação com um questionamento que vai além da ideologia. “O primeiro decreto do presidente Bolsonaro flexibilizando a aquisição e o porte de armas afeta 20 milhões de pessoas, diretamente. Se, desse montante, metade comprasse ao menos uma arma, e pelo decreto cada uma poderia comprar cinco, mas vamos pensar em apenas uma, a R$ 5 mil uma arma, isso representaria uma quantia de R$ 5 bilhões, isso em um país que tem apenas uma empresa fabricante de armas. Então, está aí um caminho de reflexão, para quem é interessante a flexibilização da compra e do porte de arma”, pondera o coronel.

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