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Neta de Lampião fala sobre a Missa do Cangaço, uma celebração à história do Nortdeste e do Brasil
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Publicado em 27/07/2023

Na manhã desta quinta-feira, o Jornal da Fan entrevistou a jornalista Vera Ferreira, a neta de Lampião e Maria Bonita, personagens icônicos da história do Brasil e do Nordeste, referências máximas do Cangaço.

Vera falou sobre a 26ª missa do Cangaço, que reunirá visitantes de todo o país: professores, estudantes, jornalistas, historiadores, pesquisadores e entusiastas da história do Cangaço participam da missa, que acontece na Grota do Angico, localizada no ponto limítrofe entre os municípios de Poço Redondo e Canindé.

O local é conhecido por ser onde Lampião se refugiava com seu bando. Ele e Maria Bonita foram dizimados juntamente com seus líderes e demais membros do bando, no ano de 1938. A programação compreende uma celebração conduzida por três padres, além de apresentações do grupo de Xaxado na Pisada de Lampião e de uma quadrilha junina.

O Cangaço foi um movimento histórico-social no qual grupos de pessoas, em protesto contra a situação de degradação, de precariedade e de injustiças sociais na qual vivia o povo da região Nordeste do Brasil, entre os séculos XIX e XX. O termo cangaço tem origem na palavra “canga”, madeira utilizada na cabeça do gado e que servia para transporte.

“Estamos indo hoje para Capela. Vai acontecer uma palestra lá, vamos conhecer lugares por onde meus avós e o grupo passou, com a professora Otília, que vai fazer um ‘tour’ por Capela e depois da palestra nós vamos almoçar e seguimos para Piranhas, que amanhã é a missa, no Cangaço Eco Parque. Já estou aqui no ônibus, lotado”, disse Vera.

A neta de Lampião também informou que somado à excursão, algumas pessoas vão com seus próprios carros e também há vans que vão fazer o ‘bate-volta’. Afora Capela e Piranhas, Vera informou que, além do percurso do cangaço, os membros da excursão também vão conhecer a os caminhos feitos por Antônio Conselheiro em Sergipe.

“Sábado a gente ainda vai conhecer, lá em Poço Redondo, a Estrada Histórica de Antônio Conselheiro, que poucas pessoas sabem que Antônio Conselheiro esteve naquela região, lá em Curralinho, onde ele mandou refazer a igreja. E tudo isso eu vou alinhando: a história do Cangaço e a história do Brasil, porque as pessoas não conhecem a nossa história, infelizmente. Isso é uma contribuição que a gente faz, de levar, a cada ano, as pessoas para conhecerem esses lugares históricos, pessoas que não conhecem nem onde é Capela, até os próprios sergipanos, que nunca estiveram nesses lugares. Eu acho que o cangaço leva você para outros lugares. As pessoas não conhecem a história do nosso país, como se houvesse vergonha de nossa história. E não é só o Cangaço. Temos vários movimentos, o próprio Antônio Conselheiro, as Balaiadas, a Guerra do Jenipapo, a gente não conhece. Parece uma loucura querer esconder a sua própria história e isso me dá uma certa agonia, porque a gente nasce sem memória, cresce sem memória, e um povo sem memória e sem história, não tem identidade”, disse a neta de Lampião.

Foto: Reprodução da Internet
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