Dois advogados, um homem e uma mulher, foram indiciados por aplicarem golpes contra cerca de 50 médicos que investiram em um grande projeto de clínica popular, que não foi executado. De acordo com as informações policiais, divulgadas nesta segunda-feira, 7, o prejuízo foi estimado em  R$ 10 milhões. 

As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Defraudações e Combate à Pirataria (DDCP), vinculada ao Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri).

A apuração identificou que a captação de investidores para as clínicas populares aconteceu em 2017, mas, em menos de um ano, a clínica fechou e a investigada apresentou um novo projeto. O objetivo, segundo a polícia, era buscar, de forma ativa, pacientes para a clínica, inclusive com a criação de um cartão de saúde para descontos. 

No ano de 2021, uma das investigadas informou aos sócios que enviou o valor investido para o exterior e passou a exigir passaportes e contas fora do país dos médicos investidores, além de suposto honorário advocatício para advogados estrangeiros regularizarem a expatriação dos valores. Alguns médicos chegaram a pagar os valores. 

Conforme as informações policiais, ao longo de quatro anos, os investigados se beneficiaram ilicitamente de R$ 10 milhões.

Diante dos fatos, foram representadas pelas decisões cautelares de busca e apreensão, sequestro de bens e valores, bloqueio de contas, medidas que foram deferidas pelo Judiciário de Sergipe. 

As prisões foram solicitadas à Justiça, porém não foram autorizadas pelo Poder Judiciário. Até o momento, foram bloqueados R$ 1,6 milhão. Os investigados foram indiciados por estelionato, e o inquérito foi remetido à Justiça.