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Ai que saudade d’ocês!
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Publicado em 11/07/2024

Olá gente boa,

Minha bisavó Noemi Brandão me ensinou que a dor da perda de uma pessoa querida deve ser apenas o começo da saudade. Sinto muitas saudades de amigos que nos deixaram neste plano. Carlos Augusto, meu amigo de infância, partiu muito cedo, ainda criança. Augusto Tainha, meu parceiro no handebol. Sandra Moreno, que conheci jovem, cantando em uma quadrilha junina e que, ao acreditar nas minhas palavras, se transformou em uma grande cantora. Gena Karla, prima e minha musa na música, que vi cantar em karaokês e que se tornou a melhor cantora de Sergipe e uma das melhores do Brasil. Meu sonho artístico era transforma-la com seu imenso talento em uma estrela na constelação das cantoras fantásticas do país e do mundo. Meu sonho se foi, e ficou uma saudade eterna.

Luiz Antônio Barreto e Lu Spinelli, junto com Gena Karla, me fazem muita falta. Luiz com seus ensinamentos e conselhos, e Lu com sua determinação e força. Meu amigo Nery, com sua espiritualidade, sempre atento à nossa amizade, um grande sujeito que lembro com saudade. Meu querido Hélvio Dórea, um excelente professor, compreendia a natureza da alma dos amigos e estava sempre pronto para dar uma mão e uma boa conversa. Saudade das nossas bebedeiras com Coca-Cola.

Todas essas saudades se enquadram nos ensinamentos da minha querida bisavó Noemi: saudade dos bons momentos que vivemos, histórias que posso contar sem precisar da outra versão. Mas, e a saudade dos que estão por aqui? Pessoas que nos completam, que nos conhecem profundamente, sabem dos nossos defeitos e qualidades, e fazem da amizade uma via de mão dupla, sem quebra-molas. Sinto muita falta desses momentos. Sei que a vida é passageira e rápida; conhecemos muitas pessoas, algumas ficam invisíveis com o tempo, outras se grudam na memória afetiva e nunca se vão, mesmo longe. Com a velocidade da vida cotidiana, nos afastamos delas, esquecemos temporariamente, como um pequeno lapso de memória, pessoas que nos fazem bem só com o olhar, o abraço, a palavra, a atenção o carinho, e a verdade que tanto precisamos ouvir.

De repente, voltamos a lembrar, pois nunca foram esquecidas, apenas adormecidas pela luta diária de viver e estar neste plano. Aí a saudade vem e a preocupação também. Onde anda meu amigo? Como está minha amiga? Por que não dão notícias? Por que não dou notícias a eles? Preciso saber deles. Será que estão precisando de mim? Pois eu estou precisando muito deles. Assim vem a paranoia e a culpa. O que fiz? O que inventaram contra mim? Nossa mente começa uma guerra entre emoção e razão. Mas eu não fiz nada, eles me conhecem e sabem que nunca faria nada contra eles, então é melhor deixar pra lá, pois se não confiam em mim, não são meus amigos.

Um desespero que atrapalha a vida. Complicamos uma coisa tão simples de resolver hoje em dia. Minha bisavó diria: – “Ligue para eles, mande uma carta, procure-os”. No passado era assim que se resolvia; agora, com as tecnologias, parece que ficou ainda mais fácil. Mande uma mensagem, siga nas redes sociais, viva a tecnologia, até entender que lhe cancelaram, bloquearam seu acompanhamento virtual da vida deles. E aí o desespero aumenta. O que fazer? Deixar a chateação tomar conta e esquecer seus amigos? Buscar novos amigos? Ou tentar entender o que eles estão passando, talvez o mesmo que você? Aí, a saída é o cara a cara, olho no olho, se de fato a saudade é verdadeira e capaz de fazer você lutar por ela. Pois o gostar é individual e inexplicável

Acho que a idade traz a consciência dessa falta que os amigos fazem, e percebemos que perdemos tempo demais longe deles. Felizmente, temos alguns instrumentos de contato, e assim vou buscando estar próximo deles. Toda terça-feira, encontro alguns amigos no almoço da confraria: João Augusto Gama, Jorge Carvalho, Dílson Barreto, Hamilton Maciel, Coronel Fernando, Marco Melo, Chico Varela, Lacerda, Jackson Barreto, Chico Buxinho, Anselmo e quem mais chegar. Algumas tardes, tomamos café juntos: Eu, Antônio Amaral, Cristiane Amaral, Celia, Pedrinho Valadares, Eduardo Galego, Wellington Paixão, Laercio, Lindolfo Amaral.

Outros são mais que amigos; são companheiros que não podemos perder o contato e temos que nos ver pelo menos uma vez por semana: Elber Batalha, Antônio Rolemberg e Manuel Vasconcelos. Além de amigos, são parceiros em tantos momentos da vida.

Sinto falta e muita saudade de amigos-irmãos, com quem gostaria de saber mais frequentemente e ser mais presente na vida deles, assim como eles na minha. Rubens Lisboa, Alexi Pinheiro, Denys Leão, Cecília Cavalcante, Miltinho Goulart, Raimundinho Oliveira, Jorge Lins, Marilda,  Ione Sobral, Joãozinho Garcez, Ronivon Aragão, Roberto Bispo, Jorge Reis, Isa Trigo, Valdo França, Hildênia Oliveira, Alisson Coutto, Tiara Câmara, Ezio Deda, Augusto Celestino, Rebeca e Ricardo Vieira, Saulinho Ferreira, Rominho, Marcus Vinicius, Silvana Sodré, Tom Toy, Alberto Silveira e a família Milson Barreto. Novos e velhos amigos, cada um com seu espaço cativo e imortal no meu coração e pensamento.

Ai que saudade d’ocês!

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