Na tarde desta quarta-feira, 8, foi sepultado no cemitério do povoado Saco Torto, em Malhador, o corpo de Douglas Alves, de 30 anos, que faleceu enquanto trabalhava para a empresa Carmo Energy. O vigilante morreu na noite de terça-feira (7), após ser esmagado por um equipamento de extração de petróleo, conhecido como “cavalo de pau”, em uma área operacional no povoado Bonfim, em Divina Pastora.
O Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a causa da morte foi um choque torácico. Douglas era morador de Malhador e deixa esposa e filha. Em nota, a Carmo Energy lamentou o ocorrido e afirmou que está oferecendo suporte à família da vítima. A empresa explicou que o vigilante realizava uma atividade de rotina em uma área restrita e sem obras em andamento no momento do acidente. “Os detalhes sobre o ocorrido estão sendo apurados para que as causas do acidente sejam esclarecidas. Reforçamos nosso compromisso com a segurança no trabalho e com a preservação de vidas”, declarou a empresa.
Irregularidades na operação da empresa
O acidente levanta questões sobre a regularidade das operações da Carmo Energy no estado. Desde 2022, a empresa não possui registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), além de não apresentar seu quadro técnico nem ter um responsável legal pelas atividades. O presidente do Crea-SE, Dilson Luiz, afirmou que o registro da empresa e de seu quadro técnico é essencial para identificar responsáveis e garantir a segurança nas operações.
Fiscais do Crea-SE visitaram o local do acidente e constataram que, apesar de as medidas de segurança terem sido atestadas por um engenheiro de segurança sem vínculo com a empresa, a Carmo Energy segue sem registro no Crea-SE. O Conselho já havia notificado a empresa sobre a situação e afirmou estar adotando as medidas necessárias para regularizar a empresa.
Em resposta, a Carmo Energy entrou em contato com o presidente do Crea-SE e informou que tomará as providências para regularizar sua situação até a próxima semana.
A fatalidade envolvendo Douglas Alves expôs novamente a falta de fiscalização e as questões legais que envolvem a operação da Carmo Energy, levantando preocupações sobre a segurança no trabalho e a responsabilidade das empresas do setor.