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PED do PT em Lagarto deve repetir padrão de fracassos e desarticulação interna
Por Administrador
Publicado em 06/07/2025 12:51 • Atualizado 06/07/2025 12:55
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Neste domingo, 07, o Partido dos Trabalhadores (PT) realiza, em todo o Brasil, o Processo de Eleições Diretas (PED) para a escolha dos dirigentes municipais, estaduais e nacional da sigla. Em Lagarto, no entanto, o cenário está longe de ser um momento de renovação ou fortalecimento político. Pelo contrário: o PED local tende a expor ainda mais a fragilidade, a desarticulação e o distanciamento do partido com sua base histórica.

 

Desde as eleições municipais de 2020, quando o PT em Lagarto não conseguiu sequer atingir o quociente eleitoral e lançou apenas seis candidatos, ficou evidente a falta de estrutura organizativa e de conexão com a militância. O resultado eleitoral, pífio, já sinalizava o que viria nos anos seguintes: inércia e perda de relevância política.

 

À época, o então presidente do diretório municipal se afastou de Lagarto e fixou residência em Simão Dias, onde permaneceu silencioso e inoperante até agora, quando reaparece em busca de reeleição na presidência do diretório local, numa tentativa que soa mais como um gesto tragicômico do que como um movimento legítimo de reconstrução partidária.

 

Vale lembrar que o único nome com densidade eleitoral no PT lagartense foi o ex-vereador Carlos Ângelo, que exerceu dois mandatos e, mesmo afastado da vida pública, marcou a história da Câmara Municipal. De lá pra cá, nenhuma nova liderança surgiu. A sigla, outrora combativa e identificada com os movimentos sociais, tornou-se um agrupamento fechado, que ignora bandeiras históricas e se mantém ativo apenas nos períodos eleitorais — geralmente em torno de acordos pontuais e de distribuição de cargos.

 

O atual pretendente à presidência municipal do PT, antes visto como liderança nos assentamentos rurais, perdeu força até mesmo no seu antigo reduto. Em 2020, apoiou um candidato desconhecido, um ex-motorista de ônibus escolar, cujo desempenho eleitoral revelou o esvaziamento da militância e da própria influência do dirigente dentro da base petista.

 

Agora, às vésperas do PED, o que se vê é uma tentativa de “ressurreição política”. O processo, que deveria representar renovação democrática, parece mais uma sessão espírita: nomes que estavam politicamente “mortos” buscam um retorno à cena às portas de um novo ciclo eleitoral.

 

Apesar de haver mais de 400 filiados regularizados no município, a expectativa é que menos de 30% compareçam à votação — o que reforça o esvaziamento interno e a falta de mobilização. O PT em Lagarto, como em diversos municípios do país, falhou na formação de novos quadros, na escuta das demandas sociais e na articulação com os setores que historicamente representava. A disputa deste domingo deve apenas reforçar essa desconexão.

 

Se nada mudar, o PED de 2025 pode entrar para a história como a pá de cal sobre o que restava da presença política da legenda em terras lagartenses.

 

Por: André Morais 

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