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“No mundo, existem apenas 274 registros”, diz biólogo sobre tubarão raro localizado na costa sergipana
Por Administrador
Publicado em 22/07/2025 20:15
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A aparição de um raro tubarão da espécie Megachasma pelagios, mais conhecida como “boca grande”, na Praia da Costa, na Barra dos Coqueiros, chamou a atenção da comunidade científica do país. O animal foi encontrado morto no início do mês durante monitoramento regular.

Segundo o biólogo e coordenador-técnico de Pesquisa e Conservação do Projeto Tamar em Sergipe, Fábio Lira, além de especialistas do estado, pesquisadores de outras regiões também examinaram o animal.

Ressaltando a raridade do acontecimento, ele explica que, além do fato de ser um animal de águas mais profundas, afastadas da costa, não há muitas informações sobre os hábitos de vida do tubarão, devido aos poucos indivíduos da espécie conhecidos no mundo. 

“No mundo, existem apenas 274 registros, ou seja, é uma quantidade muito pequena quando você considera todas as regiões. E aqui no Brasil, essa foi a quarta ocorrência, sendo que no Nordeste foi a segunda. Teve uma outra no litoral do Piauí e essa agora aqui em Sergipe”, explicou. 

De acordo com  Fábio, após a localização, o animal foi recebido pela equipe de pesquisadores, que fizeram a coleta de material para análises que possam ajudar a identificar a causa da morte. 

“Macroscopicamente, você olhando para o tubarão, não tinha nenhuma evidência de interação com pesca ou algum outro sinal que pudesse associar com a causa da morte. Então, essas coletas são necessárias pra gente ter mais ou menos algum indicativo”, completou.

Conforme o coordenador, enquanto o material coletado está sendo processado, o animal está conservado no Museu da Fundação Projeto Tamar. A ideia é que após esse processo ele fique exposto no local.

“Nós solicitamos a confecção de uma espécie de aquário para que ele possa ficar em exposição, só que ainda não ficou pronto. Mas assim que isso acontecer, esse animal deve ir para uma sala específica”, disse ele. 

Questionado sobre as hipóteses para a aparição do animal na costa sergipana, Fábio ressaltou que ainda não há clareza sobre, justamente devido à raridade de localização da espécie. 

“Pode ser que, inclusive, esse animal estivesse aqui, vivesse aqui na costa sergipana, claro, fora da plataforma continental ou nesses cânions que existem em grandes profundidades. O animal chegou muito conservado, então isso seria um indicativo de que a morte dele era uma morte recente”, afirmou Fábio. 

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