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Oposição em ruínas: 2025 expõe vaidades, traições e um bloco sem direção
Centralização de Emília Corrêa, isolamento de Valmir, guerra no PL e crises em Aracaju transformam o ano em um dos mais turbulentos da política sergipana
Por André Morais
Publicado em 12/12/2025 08:20
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2025 está chegando ao fim e, definitivamente, foi um ano a se esquecer para a oposição. Foram meses marcados por disputas internas, jogos de vaidade, traições, denúncias graves e atropelos sem precedentes, que deixaram o bloco sem rumo, desestruturado e sem unidade para iniciar 2026.

A polêmica mais recente envolve as decisões cada vez mais centralizadoras da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (Republicanos), que assumiu para si a posição de líder absoluta da oposição. Esse movimento rebaixou Valmir de Francisquinho (Republicanos) a um papel secundário, afastando-o das principais deliberações internas. Emília também tomou para si a palavra final sobre os nomes para o Senado, excluindo de vez Adailton Sousa (Podemos) — gesto que repercutiu fortemente nos bastidores e levantou questionamentos: teria sido pura vaidade política ou uma resposta a antigos atritos?

Valmir reagiu publicamente: “Se ela (Emília) acha que o grupo é ela sozinha, então ela siga o caminho dela, que seguiremos o nosso, sem problema”.

Outro foco de desgaste veio da disputa que se transformou em uma das maiores batalhas internas dos últimos anos: o comando do PL. De um lado, Edivan Amorim tentava manter o partido sob sua influência; do outro, Rodrigo Valadares buscava consolidar a sigla como referência do bolsonarismo no Estado. A disputa se arrastou por semanas e terminou de forma traumática para os Amorim: Rodrigo venceu a queda de braço e assumiu o controle da legenda. Sem espaço, Edivan deixou o PL e migrou para o Podemos, sigla de menor peso, que agora divide com Adailton.

Na capital, o cenário também é turbulento. Emília, que assumiu a prefeitura com discurso de independência e combate ao chamado “Sistemão”, viveu um primeiro ano marcado por erros administrativos que expuseram suas contradições. Crises na coleta de lixo, na mobilidade e no transporte público desgastaram rapidamente sua gestão, ampliando o clima de instabilidade dentro e fora da oposição.

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