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Adailton admite “excesso”, expõe bastidores do PL e tensiona relação com Emília Corrêa
Após crítica pública, secretário revela divergências internas na oposição, questiona apoio da prefeita de Aracaju e reacende disputa pelo comando político em Sergipe
Por André Morais
Publicado em 18/12/2025 07:53
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O ex-prefeito de Itabaiana e atual secretário de Administração, Adailton Sousa, reconheceu que “houve excesso” na nota pública divulgada por ele em tom crítico ao posicionamento da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, sobre os apoios na disputa pelo Senado. A declaração, no entanto, longe de encerrar o episódio, trouxe à tona fissuras internas e disputas de poder na oposição sergipana.

Durante entrevista concedida nesta quarta-feira, 17, Adailton afirmou que já conversou com a prefeita da capital e avaliou o diálogo como positivo, ressaltando a postura de Emília após a repercussão da nota.

“No clamor da discussão, a gente soltou uma nota para a imprensa, e eu confesso que, em algumas palavras, houve excesso do ex-prefeito Adailton. Nós já conversamos com Emília e, para mim, isso está superado. A conversa foi muito proveitosa, mostrando a maturidade e a humildade da prefeita Emília Corrêa”, declarou.

Pré-candidato ao Senado, Adailton havia provocado reação nos bastidores ao publicar nas redes sociais a frase “gratidão, fidelidade e lealdade é pra poucos”, em clara insatisfação com a decisão de Emília de manter o apoio a Eduardo Amorim e ao deputado federal Rodrigo Valadares.

Ao detalhar os acontecimentos que antecederam a nota, o secretário escancarou divergências no comando da oposição e, principalmente, no controle do Partido Liberal (PL) em Sergipe. Segundo ele, havia o entendimento de que Emília Corrêa exerceria a liderança política do grupo.

“O próprio Rodrigo Valadares dizia que quem decidiria os rumos da oposição seria a prefeita Emília Corrêa. Diante disso, colocamos que, se ele realmente seguisse essa orientação, que a colocasse como presidente do PL. A partir daí, caminharíamos juntos em um projeto político”, afirmou.

O impasse, conforme Adailton, surgiu quando Rodrigo Valadares se recusou a abrir mão da presidência estadual do partido, oferecendo à prefeita apenas o cargo simbólico de presidente de honra e defendendo que o PL tivesse apenas um nome ao Senado.

“Isso me causou estranheza. Ele não confiou a presidência do PL à prefeita Emília, mas, ainda assim, ela manteve a palavra dada lá atrás, de votar em Rodrigo e Eduardo”, concluiu.

 

Mesmo ao reconhecer o tom excessivo da nota, Adailton reacende a polêmica ao expor os bastidores de uma oposição marcada por disputas internas, vaidades e divergências estratégicas — sinais de que a corrida ao Senado promete ser tão acirrada nos palanques quanto nos bastidores.

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