Cansados do descaso e da ausência de soluções, moradores da Rua Distrito Federal, no bairro Siqueira Campos, decidiram recorrer ao Ministério Público do Estado de Sergipe para protocolar uma queixa coletiva contra a concessionária Iguá Saneamento, responsável pelo abastecimento de água.
Segundo os moradores, as interrupções constantes e prolongadas no fornecimento, muitas vezes sem qualquer aviso prévio, transformaram o dia a dia da comunidade em uma rotina de improvisos, sacrifícios e indignação. A situação atinge diretamente crianças que deixam de ir à escola, trabalhadores que saem de casa sem condições mínimas de higiene e famílias inteiras que convivem com a insegurança sanitária.
“Água é um direito básico, não um privilégio. O que estamos vivendo é desumano”, relatam moradores, que afirmam ter feito diversas reclamações formais à Iguá Saneamento, sem retorno efetivo ou solução concreta.
Serviço essencial em colapso
No documento que será encaminhado ao Ministério Público, os moradores apontam possível falha grave na prestação de um serviço público essencial, destacando que os problemas se intensificaram desde que a Iguá assumiu a concessão do abastecimento em Sergipe. A representação coletiva é fundamentada na Constituição Federal, no Marco Legal do Saneamento Básico e no Código de Defesa do Consumidor, que asseguram o direito à prestação adequada, contínua e eficiente dos serviços públicos.
A denúncia levanta um alerta: como garantir dignidade, saúde e qualidade de vida sem acesso regular à água potável? Para os moradores, a ausência de respostas da concessionária evidencia um cenário de negligência com a população, sobretudo em bairros populares.
MP é acionado
A comunidade pede que o Ministério Público apure responsabilidades, exija a regularização imediata do abastecimento e adote medidas administrativas ou judiciais contra a concessionária. A mobilização dos moradores do Siqueira Campos expõe um problema que vai além de uma única rua e reacende o debate sobre a eficiência das concessões privadas de serviços essenciais.
Até o fechamento desta matéria, a Iguá Saneamento não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias.