Duas moradoras do município sergipano Santo Amaro das Brotas, identificadas como Ellen Bianca de Franca Santana Resende e Maria Edenize Gomes, foram apontadas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) como "laranjas" de um esquema de fraudes fiscais, adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro que movimentou R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.
Batizada de Operação Carbono Oculto, a megaoperação foi deflagrada na última quinta-feira (28) e atingiu cerca de 1 mil postos de gasolina e identificou uma sonegação estimada em mais de R$ 7,6 bilhões, com fortes ligações ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Operação Carbono Oculto
A Operação Carbono Oculto cumpriu 350 mandados de busca e apreensão em oito estados, além de bloquear bilhões em ativos ligados aos envolvidos.
Representantes das gestoras financeiras citadas afirmaram que estão colaborando com as autoridades, enquanto especialistas destacam que o caso expõe vulnerabilidades no mercado financeiro brasileiro.
Segundo as investigações, mais de 700 empresas de fachada foram utilizadas para ocultar patrimônio ilícito.
O esquema também envolvia fintechs que facilitavam a entrada de dinheiro sujo no sistema financeiro, transferindo recursos para gestoras renomadas como Reag, Genial e Trustee, que administravam pelo menos 40 fundos de investimento controlados pelo crime organizado.
Proprietários de postos eram coagidos a vender seus negócios e, em casos extremos, ameaçados de morte caso cobrassem dívidas devidas aos criminosos.